quinta-feira, 17 de março de 2011

Usinas nucleares no Brasil


Angra 1 é a única usina nuclear em funcionamento no Brasil. Contém um reator do tipo PWR (depressurized water reactor) de 626 megawatts e foi comprada em 1971 à empresa americana Westinghouse. O país vivia a época do "milagre econômico", com altas taxas de crescimento, e a justificativa para a compra foi a crise de energia projetada para a década de 1990. Na realidade, a não-opção por outras alternativas energéticas – acessíveis, mais seguras e mais baratas –, faz crer que o uso da tecnologia nuclear para fins bélicos foi determinante na decisão tomada pelo regime militar, no poder.
Angra 1 enfrentou problemas a partir da construção. Desde que entrou em operação, problemas técnicos ocasionaram mais de vinte paralisações no funcionamento da usina. Um problema crônico no gerador de vapor faz com que tubos que transportam água radioativa sofram um processo de corrosão e sejam progressivamente isolados. Por causa de um erro de projeto, o gerador de vapor terá de ser substituído em prazo menor do que a vida útil da usina – prevista para 25 a 30 anos. Para a substituição, será preciso abrir o prédio de contenção do reator – com um alto custo.
Angra 1 foi comprada como um "pacote fechado" e não garantia ao Brasil o acesso à tecnologia nuclear, como desejava o governo de então. Para tentar resolver isso, foi assinado o Acordo Nuclear Brasil- Alemanha, em 1975. O acordo previa, inicialmente, a construção de mais oito usinas nucleares em nosso país. Em 1976 foi iniciada a construção das duas primeiras – Angra 2 e Angra 3. As críticas da sociedade, a crise econômica e a inexistência de demanda para mais energia fizeram com que a construção das usinas fosse paralisada por mais de dez anos. Hoje, Angra 2 tem cerca de 65% de suas obras realizadas e Angra 3 resume-se a um grande buraco no chão da praia de Itaorna, equipamentos armazenados e uma enorme conta a ser paga.
Custos
Há uma grande polêmica sobre o custo real total dessas usinas. A atualização dos valores gastos com Angra 2 desde a década de 1970, de acordo com Furnas – a estatal responsável pela central – chega a cinco bilhões de dólares, faltando ainda cerca de 1,5 bilhão para sua finalização. De acordo com estimativa do professor Ildo Sauer, do Instituto de Energia Elétrica da Universidade de São Paulo, com base em números da Eletrobrás, se a usina for concluída, o custo final será de cerca de dez bilhões de dólares. Ou seja, provavelmente a mais cara usina nuclear do mundo.
Para tornar as usinas economicamente viáveis, o governo brasileiro estabeleceu um subsídio para a energia de fonte nuclear, comprometendo-se a arcar com os custos que excedam os de uma usina hidrelétrica equivalente. Somente um projeto de lei em tramitação no Senado, que estabelece o mecanismo de repasse de parte desses recursos, pode ocasionar um rombo de cerca de cinco bilhões de dólares para o Tesouro Nacional.
Fonte: Tchernóbil: dez anos depois. Rio de Janeiro, Greenpeace, 1996.
Reinaldo Dias Webmaster
Material pesquisado no http://www.google.com.br/
Miriam
Angra 1 é a única usina nuclear em funcionamento no Brasil. Contém um reator do tipo PWR (depressurized water reactor) de 626 megawatts e foi comprada em 1971 à empresa americana Westinghouse. O país vivia a época do "milagre econômico", com altas taxas de crescimento, e a justificativa para a compra foi a crise de energia projetada para a década de 1990. Na realidade, a não-opção por outras alternativas energéticas – acessíveis, mais seguras e mais baratas –, faz crer que o uso da tecnologia nuclear para fins bélicos foi determinante na decisão tomada pelo regime militar, no poder.
Angra 1 enfrentou problemas a partir da construção. Desde que entrou em operação, problemas técnicos ocasionaram mais de vinte paralisações no funcionamento da usina. Um problema crônico no gerador de vapor faz com que tubos que transportam água radioativa sofram um processo de corrosão e sejam progressivamente isolados. Por causa de um erro de projeto, o gerador de vapor terá de ser substituído em prazo menor do que a vida útil da usina – prevista para 25 a 30 anos. Para a substituição, será preciso abrir o prédio de contenção do reator – com um alto custo.
Angra 1 foi comprada como um "pacote fechado" e não garantia ao Brasil o acesso à tecnologia nuclear, como desejava o governo de então. Para tentar resolver isso, foi assinado o Acordo Nuclear Brasil- Alemanha, em 1975. O acordo previa, inicialmente, a construção de mais oito usinas nucleares em nosso país. Em 1976 foi iniciada a construção das duas primeiras – Angra 2 e Angra 3. As críticas da sociedade, a crise econômica e a inexistência de demanda para mais energia fizeram com que a construção das usinas fosse paralisada por mais de dez anos. Hoje, Angra 2 tem cerca de 65% de suas obras realizadas e Angra 3 resume-se a um grande buraco no chão da praia de Itaorna, equipamentos armazenados e uma enorme conta a ser paga.
Custos
Há uma grande polêmica sobre o custo real total dessas usinas. A atualização dos valores gastos com Angra 2 desde a década de 1970, de acordo com Furnas – a estatal responsável pela central – chega a cinco bilhões de dólares, faltando ainda cerca de 1,5 bilhão para sua finalização. De acordo com estimativa do professor Ildo Sauer, do Instituto de Energia Elétrica da Universidade de São Paulo, com base em números da Eletrobrás, se a usina for concluída, o custo final será de cerca de dez bilhões de dólares. Ou seja, provavelmente a mais cara usina nuclear do mundo.
Para tornar as usinas economicamente viáveis, o governo brasileiro estabeleceu um subsídio para a energia de fonte nuclear, comprometendo-se a arcar com os custos que excedam os de uma usina hidrelétrica equivalente. Somente um projeto de lei em tramitação no Senado, que estabelece o mecanismo de repasse de parte desses recursos, pode ocasionar um rombo de cerca de cinco bilhões de dólares para o Tesouro Nacional.
Fonte: Tchernóbil: dez anos depois. Rio de Janeiro, Greenpeace, 1996.
Reinaldo Dias Webmaster
Material pesquisado no http://www.google.com.br/
Miriam

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