Pesquisa
Informe Ensp
Com o título Epidemiologia molecular do câncer de pulmão em não fumantes no Rio de Janeiro, o trabalho do coordenador do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP Sergio Koifman analisa diferentes suspeitas de causa de câncer em não fumantes. De acordo com o pesquisador, o câncer de pulmão é o que está mais diretamente associado ao tabagismo, embora este também seja fator de risco em diferentes órgãos, como, por exemplo, laringe, esôfago, pâncreas, colo e bexiga.
"Não há nenhuma dúvida a respeito do peso do tabagismo nesse tipo de câncer, e seu controle levaria à redução de 80% ou mais dos casos de câncer de pulmão. Na situação de países como o Brasil, onde já ocorre o controle há quase duas décadas e uma forte política de Estado coíbe a propaganda, por exemplo, começamos a considerar a perspectiva de que outras causas passem a ter um peso maior nos casos de câncer no futuro, além do tabagismo", admitiu Sergio.
Ainda de acordo com o pesquisador, existe a suspeita de que agentes infecciosos possam vir a contribuir nesse processo. "Sabe-se, por exemplo, que o agente da tuberculose pode estar associado ao câncer de pulmão, assim como há outras suspeitas em relação ao papiloma vírus, o HPV, mas esse é um estudo multicêntrico e será desenvolvido em outras cidades, como São Paulo, Goiânia e Porto Alegre, para termos mais estimativas", revelou.
Condição de saúde do idoso interfere no tratamento de câncer?
O fato de que as condições de saúde e a qualidade de vida muitas vezes não são levadas em consideração no tratamento do linfoma não-Hodgkin em idosos motivou o estudo Avaliação geriátrica multidimensional: contribuições no prognóstico, no tratamento oncológico e na atenção à saúde de pacientes idosos com linfoma não-Hodgkin, coordenado pela pesquisadora Inês Echenique Mattos e aprovado no edital.
O linfoma não-Hodgkin, segundo a pesquisadora, é um dos tipos de câncer mais frequentes em idosos, e o trabalho busca avaliar quais são as características epidemiológicas e clínicas dos indivíduos dessa faixa etária atendidos no SUS e, ainda, observar se existem relações entre as condições de saúde, o tratamento recebido e a sobrevida desses pacientes. "A idade é um importante fator de risco para câncer, ou seja, quanto mais velha a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver câncer. A população brasileira está envelhecendo rápido e a tendência é de seu crescimento nos próximos anos", revelou.
Ainda de acordo com Inês, o idoso acaba sendo visto como uma pessoa mais frágil, com maior dificuldade para realizar um tratamento contra o câncer, dados os possíveis efeitos colaterais produzidos. Entretanto, o que se conhece na literatura, segundo a pesquisadora, é que os idosos hígidos podem receber o mesmo tratamento que os adultos jovens, com boa resposta tanto para esse câncer quanto para outros. "O que sabemos, também pela literatura, é que de modo geral o tratamento não é baseado nessas condições, ou seja, apenas a idade cronológica é levada em consideração, sem a avaliação global da sua condição de saúde".
A pesquisa, como afirma a autora, não busca interferir no tratamento, mas avaliar as condições de saúde dos idosos quando apresentam câncer e verificar se o tratamento prescrito pelo médico está baseado na sua condição de saúde ou somente em sua idade. "Além disso, também queremos observar se a condição de saúde do idoso interferiu na sua sobrevida, ou seja, o idoso hígido teve maior sobrevida que o idoso que apresentava mais problemas de saúde, independentemente do tratamento que recebeu?",
FONTE: Escola Nacional de Saude Pública Sergio Arouca
ENSP
INFORME ENSP 12/12/2011
Câncer: projetos inovadores contemplados em edital
ENSP, publicada em 06/12/2011
Os pesquisadores Sergio Koifman e Inês Echenique Mattos, do Demqs/ENSP e do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente (SPMA), tiveram seus projetos contemplados no edital Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde - 2010, da Fundação de Amparo à Pesquisa no Rio de Janeiro (Faperj). As pesquisas são inovadoras no campo da saúde e abordam, respectivamente, a epidemiologia molecular do câncer de pulmão em não fumantes no Rio de Janeiro e a avaliação multidimensional das condições de saúde dos idosos com linfoma não-Hodgkin atendidos no SUS e aspectos clínicos e epidemiológicos dessa doença nesse grupo populacional. O edital tem o objetivo de custear pesquisas científicas, tecnológicas ou inovadoras, com foco na solução de problemas prioritários de saúde que afligem a população brasileira e no fortalecimento da gestão do SUS. Com o título Epidemiologia molecular do câncer de pulmão em não fumantes no Rio de Janeiro, o trabalho do coordenador do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP Sergio Koifman analisa diferentes suspeitas de causa de câncer em não fumantes. De acordo com o pesquisador, o câncer de pulmão é o que está mais diretamente associado ao tabagismo, embora este também seja fator de risco em diferentes órgãos, como, por exemplo, laringe, esôfago, pâncreas, colo e bexiga.
"Não há nenhuma dúvida a respeito do peso do tabagismo nesse tipo de câncer, e seu controle levaria à redução de 80% ou mais dos casos de câncer de pulmão. Na situação de países como o Brasil, onde já ocorre o controle há quase duas décadas e uma forte política de Estado coíbe a propaganda, por exemplo, começamos a considerar a perspectiva de que outras causas passem a ter um peso maior nos casos de câncer no futuro, além do tabagismo", admitiu Sergio.
Ainda de acordo com o pesquisador, existe a suspeita de que agentes infecciosos possam vir a contribuir nesse processo. "Sabe-se, por exemplo, que o agente da tuberculose pode estar associado ao câncer de pulmão, assim como há outras suspeitas em relação ao papiloma vírus, o HPV, mas esse é um estudo multicêntrico e será desenvolvido em outras cidades, como São Paulo, Goiânia e Porto Alegre, para termos mais estimativas", revelou.
Condição de saúde do idoso interfere no tratamento de câncer?
O fato de que as condições de saúde e a qualidade de vida muitas vezes não são levadas em consideração no tratamento do linfoma não-Hodgkin em idosos motivou o estudo Avaliação geriátrica multidimensional: contribuições no prognóstico, no tratamento oncológico e na atenção à saúde de pacientes idosos com linfoma não-Hodgkin, coordenado pela pesquisadora Inês Echenique Mattos e aprovado no edital.
O linfoma não-Hodgkin, segundo a pesquisadora, é um dos tipos de câncer mais frequentes em idosos, e o trabalho busca avaliar quais são as características epidemiológicas e clínicas dos indivíduos dessa faixa etária atendidos no SUS e, ainda, observar se existem relações entre as condições de saúde, o tratamento recebido e a sobrevida desses pacientes. "A idade é um importante fator de risco para câncer, ou seja, quanto mais velha a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver câncer. A população brasileira está envelhecendo rápido e a tendência é de seu crescimento nos próximos anos", revelou.
Ainda de acordo com Inês, o idoso acaba sendo visto como uma pessoa mais frágil, com maior dificuldade para realizar um tratamento contra o câncer, dados os possíveis efeitos colaterais produzidos. Entretanto, o que se conhece na literatura, segundo a pesquisadora, é que os idosos hígidos podem receber o mesmo tratamento que os adultos jovens, com boa resposta tanto para esse câncer quanto para outros. "O que sabemos, também pela literatura, é que de modo geral o tratamento não é baseado nessas condições, ou seja, apenas a idade cronológica é levada em consideração, sem a avaliação global da sua condição de saúde".
A pesquisa, como afirma a autora, não busca interferir no tratamento, mas avaliar as condições de saúde dos idosos quando apresentam câncer e verificar se o tratamento prescrito pelo médico está baseado na sua condição de saúde ou somente em sua idade. "Além disso, também queremos observar se a condição de saúde do idoso interferiu na sua sobrevida, ou seja, o idoso hígido teve maior sobrevida que o idoso que apresentava mais problemas de saúde, independentemente do tratamento que recebeu?",
FONTE: Escola Nacional de Saude Pública Sergio Arouca
ENSP
INFORME ENSP 12/12/2011
05 / 10 / 2011Resíduos sólidos: educação é prioritária para mudança de comportamento
Reunidos em Curitiba, os mais de 400 participantes da audiência, a exemplo do que já ocorreu em Campo Grande (MS), discutem a destinação ambientalmente correta de diversos tipos de resíduos; a questão econômica relacionada ao tema; e a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis.
Na abertura do evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou a importância do engajamento de todos na busca de soluções imediatas para um dos maiores problemas econômicos e sociais que o Brasil vem enfrentando. “Por isso estamos convidando a todos para esse engajamento. É essencial a participação da sociedade brasileira para que haja uma mudança de comportamento com relação aos resíduos. Sem essa participação e esse compromisso formal de todos os cidadãos não teremos como implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)”.
O secretário de Meio Ambiente do Paraná, Jonel Nazareno Iurk, compartilhou a tese da importância da participação popular e da mudança de comportamento para que a implementação da nova política seja efetiva. Segundo ele, a gestão compartilhada e a responsabilidade de todos sobre o destino dos resíduos “lança um novo olhar sobre a questão”. Iurk disse que a Lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos passou a ser um divisor de águas com relação à percepção que se tem da geração de resíduos no Brasil.
O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, reiterou que não se constrói políticas públicas sem a participação social. “Para chegarmos a bons resultados, é necessária a responsabilidade compartilhada”. O secretário garantiu que não se construirá uma nova realidade sem a participação de todos os atores.
Bonduki alertou que a situação atual dos resíduos no Brasil não é boa. Falta, segundo ele, principalmente informação, conforme o indicado pelo diagnóstico realizado pelo Instituto de Políticas Econômicas (Ipea). Ele informou, por exemplo, que 75% dos municípios brasileiros têm lixões e que isso tem de ser interrompido. “A alteração dessa realidade passa pela mudança de modelo. Temos de começar a mudar tudo isso a partir de nossas casas, no processo de produção industrial, para que tenhamos menos quantidade de resíduos indo parar nos aterros”.
Ele disse ainda que é preciso mudar a mentalidade de que resíduos se constituem problemas. “Eles são recursos que vão gerar riquezas”.
O representante dos Catadores de Materiais Recicláveis, Alexandre Cardoso, alertou para a situação de exclusão do sistema econômico vivida pela sua categoria. “Quando o catador é incluído, toda sua família é incluída e a economia cresce”, disse.
O representante do Ipea, Albino Alvarez, que apresentou aos participantes o diagnóstico produzido pelo Instituto, disse que o Brasil precisa aprender com a região Sul a preocupação com o destino dos resíduos. “Aqui essa preocupação é mais enraizada. É uma questão de educação. O conjunto de experiências da região Sul deve ser compartilhada com o restante do País”, disse.
Audiências - As audiências Públicas fazem parte do processo de construção do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Assim como a Consulta Pública, disponível no sítio eletrônico do Ministério do Meio Ambiente, elas são instrumentos que o Estado utiliza para conversar com a população. Por meio delas, torna-se possível garantir a participação da sociedade na construção das políticas públicas.
Estão previstas cinco audiências até o início de dezembro deste ano. A primeira ocorreu em Campo Grande (MS) e reuniu todos os estados do Centro-Oeste. A segunda está sendo realizada na região Sul e a terceira está marcada para a cidade de São Paulo e, na sequência, serão realizados os encontros das regiões Nordeste (Recife) e Norte (Belém). (Fonte: Suelene Gusmão/ MMA)